quarta-feira, 4 de julho de 2012

Era noite de terça feira, 26 de junho de 2012.



 Na porta de um hotel de luxo, em uma cidade já castigada pelo baixo grau térmico, dezenas de pessoas se aglomeravam na esperança de entrar no saguão da guarida alvinegra, auspiciosos de ainda conseguirem ingressos, para o que denominaram, de até então o jogo mais importante do seu clube do coração.

 Aquele clube que virá ser inúmeras vezes campeão, mas que também avistará, não muito longinquamente, chegar ao fundo do poço, quando da queda da divisão de elite do futebol de seu país.

 Na porta do hotel, um “zelador”, que escolhia a dedo, quem entraria, e quem ficaria do lado de fora, uma espécie de “ – Você entra, você não, você entra, você não”.

Quem conseguirá, por uma força do destino ser escolhido pelo “divino” zelador, chegará á um salão aquecido e com inúmeras cadeiras, onde seria concedida a entrevista coletiva, daquele que do banco de reserva, teria a missão de conduzir a equipe alvinegra, à realização do sonho de trinta e três milhões de fanáticos.

Durante a entrevista, conselheiros, chegaram com alguns ingressos, cujos quais foram distribuídos, entre os presentes, seguindo um critério que só Deus sabe qual.

  Do lado de fora, ainda inúmeras pessoas esperavam por um milagre para conseguir aquele pequeno naco de papel, que valeria ver de perto, a primeira parte da formação da “história”.

Quando tudo parecia perdido, e o frio aumentava sofrivelmente, vinha a noticia, que no hotel ao lado, um “caboclo esperto” vendia ingressos por CINCO VEZES MAIS, que o preço normal.

 Aproximadamente quinze “alucinados” fizeram uma espécie de “vaquinha”, para arrecadar o dinheiro e comprar um único ingresso; Sim um ingresso para quinze pessoas.

 A ideia era passar pela “barricada” policial, e depois quando chegasse à catraca do estádio, passar por ela na base da “muvuca”, na base do “mutirão”.

 A tática deu certo.

E não só para eles, mas para aproximadamente dois mil “fanáticos”, que seguindo a mesma linha de raciocínio, conseguirá a entrada, até então inesperada.

 Resultado.

 Em um local reservado para um pouco mais de duas mil pessoas, havia quase o dobro, contudo, ninguém conseguiu sentar, durante o espetáculo inteiro, os mais de quatro mil alucinados, ficaram eretos, quase “imóveis”.

 Um cadeirante se surpreenderá ao chegar, pois nem rampa de acesso para o local destinado, havia no estádio. Todavia o mesmo foi carregado nos braços por outros torcedores, até o local “tranquilo”, para acompanhar o que poderia ser o jogo mais feliz da sua vida.

 Acompanhar?

Acho que não.

 Ao chegar à arquibancada, haveria de ter uma nova surpresa, quando virá todos em pé, se deu conta, que por causa de sua impossibilidade de levantar, se havia uma coisa que ele não viria seria o jogo.

 Mais de quatro mil pessoas, extremamente apertadas, que passariam noventa minutos, sem se quer ir ao banheiro, pois o “apertamento” não permitiria e muito menos a presença dos mesmos, que era de fato inexistente.

 Após acompanhar um resultado, que aumentou muito suas esperanças, “gaiatos” e “não gaiatos”, saiam de frente com um bairro mais perigoso da cidade, aonde sair à noite, a pé, seria de veras, muito perigoso.

 Sem ter outra escolha, reuniram- se em equipes de dez ou doze integrantes, para se safar de agressões, roubos ou até algo pior.

 Alguns podem tratar de “heroísmo”, “aventura”...

Eu chamo de desorganização.

 E hoje por aqui será igual, tomará que nada termine mal.

2 comentários:

  1. ainda bem que não tinha ninguem com diarreia aguda

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  2. Hehehe, vai saber se alguém não estava mesmo....
    Abraços

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