Na porta de
um hotel de luxo, em uma cidade já castigada pelo baixo grau térmico, dezenas
de pessoas se aglomeravam na esperança de entrar no saguão da guarida
alvinegra, auspiciosos de ainda conseguirem ingressos, para o que denominaram,
de até então o jogo mais importante do seu clube do coração.
Aquele clube
que virá ser inúmeras vezes campeão, mas que também avistará, não muito
longinquamente, chegar ao fundo do poço, quando da queda da divisão de elite do
futebol de seu país.
Na porta do
hotel, um “zelador”, que escolhia a dedo, quem entraria, e quem ficaria do lado
de fora, uma espécie de “ – Você entra, você não, você entra, você não”.
Quem conseguirá, por uma força do destino ser
escolhido pelo “divino” zelador, chegará á um salão aquecido e com inúmeras
cadeiras, onde seria concedida a entrevista coletiva, daquele que do banco de
reserva, teria a missão de conduzir a equipe alvinegra, à realização do sonho
de trinta e três milhões de fanáticos.
Durante a entrevista, conselheiros, chegaram com
alguns ingressos, cujos quais foram distribuídos, entre os presentes, seguindo
um critério que só Deus sabe qual.
Do lado de
fora, ainda inúmeras pessoas esperavam por um milagre para conseguir aquele
pequeno naco de papel, que valeria ver de perto, a primeira parte da formação
da “história”.
Quando tudo parecia perdido, e o frio aumentava
sofrivelmente, vinha a noticia, que no hotel ao lado, um “caboclo esperto”
vendia ingressos por CINCO VEZES MAIS, que o preço normal.
Aproximadamente quinze “alucinados” fizeram
uma espécie de “vaquinha”, para arrecadar o dinheiro e comprar um único
ingresso; Sim um ingresso para quinze pessoas.
A ideia era
passar pela “barricada” policial, e depois quando chegasse à catraca do
estádio, passar por ela na base da “muvuca”, na base do “mutirão”.
A tática deu
certo.
E não só para eles, mas para aproximadamente dois
mil “fanáticos”, que seguindo a mesma linha de raciocínio, conseguirá a entrada,
até então inesperada.
Resultado.
Em um local reservado
para um pouco mais de duas mil pessoas, havia quase o dobro, contudo, ninguém
conseguiu sentar, durante o espetáculo inteiro, os mais de quatro mil
alucinados, ficaram eretos, quase “imóveis”.
Um cadeirante
se surpreenderá ao chegar, pois nem rampa de acesso para o local destinado,
havia no estádio. Todavia o mesmo foi carregado nos braços por outros
torcedores, até o local “tranquilo”, para acompanhar o que poderia ser o jogo
mais feliz da sua vida.
Acompanhar?
Acho que não.
Ao chegar à
arquibancada, haveria de ter uma nova surpresa, quando virá todos em pé, se deu
conta, que por causa de sua impossibilidade de levantar, se havia uma coisa que
ele não viria seria o jogo.
Mais de
quatro mil pessoas, extremamente apertadas, que passariam noventa minutos, sem
se quer ir ao banheiro, pois o “apertamento” não permitiria e muito menos a
presença dos mesmos, que era de fato inexistente.
Após
acompanhar um resultado, que aumentou muito suas esperanças, “gaiatos” e “não
gaiatos”, saiam de frente com um bairro mais perigoso da cidade, aonde sair à
noite, a pé, seria de veras, muito perigoso.
Sem ter outra
escolha, reuniram- se em equipes de dez ou doze integrantes, para se safar de
agressões, roubos ou até algo pior.
Alguns podem
tratar de “heroísmo”, “aventura”...
Eu chamo de desorganização.
E hoje por
aqui será igual, tomará que nada termine mal.
ainda bem que não tinha ninguem com diarreia aguda
ResponderExcluirHehehe, vai saber se alguém não estava mesmo....
ResponderExcluirAbraços